OBEDECER É MELHOR DO QUE SACRIFICAR

OBEDECER É MELHOR DO QUE SACRIFICAR


Sabei isto, meus amados irmãos:

Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.

Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas. E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.


domingo, 30 de março de 2014

VENCENDO O PECADO

Fatos Sobre o Pecado

Ao procurar a libertação do poder do pecado que habita em nós, há algumas verdades que podem ser especialmente úteis. Vamos considerá-las.

As duas naturezas

Devemos lembrar que existem duas naturezas em cada cristão (Rm 7.14-25). Uma é a velha natureza maligna e corrupta que nasce com ele. A outra é a nova natureza pura e santa que ele recebe na sua conversão. Podemos chamá-las a natureza de Adão e a natureza de Cristo. Um cristão explicou isso da seguinte forma: “O pecado foi retirado do meu coração, mas ainda imito o meu bisavô” (isto é: a velha natureza).
A velha natureza é completamente má. A experiência de Paulo também é a nossa. Ele disse:“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum” (Rm 7.18a). Portanto, nunca devemos procurar uma tendência boa na nossa velha natureza, e nunca devemos ficar desapontados ou surpreendidos quando não encontramos essa tendência boa. Ela não só é completamente má, é incuravelmente má! Depois de uma vida inteira tentando ser correta, ela não ficará melhor do que era quando essa vida começou. De fato Deus não tem interesse em melhorar a velha natureza. Ele condenou-a na cruz do Calvário, e quer que nos mantenhamos alheios a todas as tentativas que ela faz para controlar as nossas vidas.
Paulo igualou a velha natureza a um cadáver amarrado às suas costas. (É claro que o corpo estava se decompondo e cheirava mal.) Tinha que transportá-lo onde quer que fosse, o que o fazia gritar de angústia: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”(Rm 7.24)
A nova natureza é a vida de Cristo e por isso mesmo é totalmente boa, tendo capacidade para fazer somente o bem. É pura, nobre, justa, cheia de amor e verdadeira. Todos os seus pensamentos, desejos, motivos e ações são semelhantes a Cristo.
Não é de se admirar que duas naturezas tão opostas estejam sempre em constante conflito. (Seria quase impossível coexistirem pacificamente, não é?) Esse conflito tem início na conversão, quando o novo crente experimenta uma tensão interior que nunca experimentara antes. A velha natureza procura abatê-lo, mantê-lo em baixo, tal como a lei da gravidade, mas a nova natureza quer elevá-lo às maiores alturas da santidade.
A guerra é tão intensa que ele é por vezes levado a duvidar da sua salvação. Mas não deve duvidar. O próprio fato de experimentar este conflito, mostra que é possuidor da salvação. Se não tivesse duas naturezas nunca o experimentaria.
Este conflito tem sido comparado à experiência de Rebeca quando sentiu os gêmeos a lutarem dentro do seu ventre e gritou: “Por que sou eu assim?” O que aconteceu a Rebeca acontece nos corações de todos os verdadeiros Filhos de Deus, que procuram viver com Ele.
Quando ficamos conscientes da presença do Espírito, o traidor que habita em nós também se manifesta. O cristão novo tem vontade de gritar: “Porque eu sou assim?”
Quando ficamos conscientes da presença do Espírito, o traidor que habita em nós também se manifesta. O cristão novo tem vontade de gritar: “Porque eu sou assim?” O irmão mais velho, a carne, quer fazer tudo a seu modo. O irmão mais novo, o Espírito, é calmo e sossegado, parecendo incapaz de vencer. Mas para nós, tal como com os filhos de Rebeca, o mais velho servirá o mais novo. Porque Deus prometeu abençoar tudo o que vem do Espírito e não o que vem da carne. (Barnhouse).
A batalha que começou com a conversão continuará durante toda a vida. Nunca se está de licença nesta guerra, só a morte ou o Arrebatamento nos darão a liberdade, mas seremos libertados da nossa velha natureza no momento em que virmos o Salvador, pois ao vê-lO seremos feitos semelhantes a Ele.
É importante que nos apercebamos que todos os filhos de Deus vivem este conflito. Paulo recorda-nos que não sobrevirá nenhuma tentação que não seja “humana” (1 Co 10.13). Os jovens, lutando com problemas juvenis, estão inclinados a pensar que os mais velhos, ou os pregadores, os pastores ou os missionários estão isentos das paixões sombrias e das ardentes tentações. É um perfeito disparate! Tal como Rebeca teve dois bebês que lutaram no seu ventre (Gn 25.22-23), também cada crente tem duas naturezas que lutam no seu interior.
A velha natureza alimenta-se de tudo o que é impuro, enquanto que a natureza nova anseia pelo que é puro e santo. São como o corvo e a pomba que Noé deixou sair da arca. O corvo imundo alimentava-se de todo o lixo e podridão que flutuavam nas águas, mas a pomba regressava sempre à arca até ao dia em que pôde encontrar um lugar limpo para pousar e alimentar-se (Gn 8.6-12). Assim, a velha natureza deleita-se com a lascívia de Hollywood e a imundície da TV. Mas a nova natureza anseia pelo leite sincero da palavra de Deus. É importante saber que a natureza que nutrimos é aquela que irá vencer. Um homem queixava-se que os seus dois cães brigavam constantemente. Um amigo indagou: “Qual deles vence?”, ao que ele respondeu: “Aquele que eu incentivo”. É assim com as duas naturezas, aquela que incentivarmos irá vencer. O caso do cuco também ilustra este fato. O cuco põe um ovo no ninho de outro pássaro, depois deixa que a outra ave o choque juntamente com os seus ovos. Quando a mãe de outra espécie traz comida para o ninho, encontra apenas bicos abertos para a receber. Então, tudo depende do bico que ela vai alimentar. Se o jovem cuco for alimentado, irá expulsar os outros passarinhos do ninho empurrando-os para o chão. Assim acontece no ninho da nossa vida.

Foi a minha velha natureza que o fez

Não devemos desculpar o nosso pecado culpando a velha natureza. Essa forma de transferência de culpa não funciona. Deus responsabiliza a pessoa e não a natureza. Talvez já tenha ouvido a história do motorista, apanhado em excesso de velocidade, que disse ao juiz: “Foi a minha velha natureza que estava em excesso de velocidade”. Ao que o juiz replicou: “Multo a sua velha natureza em 50 libras por excesso de velocidade, e multo a sua nova natureza em 50 libras por ser conivente com a primeira”. Culpar a velha natureza não é uma boa solução.

Os atos de pecado e a prática do pecado

Outra verdade que devemos ter presente é que há uma diferença entre cometer atos de pecado e ser dirigido pelo pecado. Todos os crentes cometem atos de pecado apesar das suas vidas não serem dominadas pelo pecado. Não estão sem pecado, mas pecam menos.
Todos os crentes cometem atos de pecado apesar das suas vidas não serem dominadas pelo pecado.
Na sua primeira epístola, João deixa bem claro que os crentes pecam, afirmando que se o negarmos, enganamo-nos a nós mesmos e fazemos Deus mentiroso (1.8-9). Mas continua dizendo: “Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Aquele que pratica o pecado procede do Diabo, porque o Diabo vive pecando desde o princípio. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.6,8a,9 – ARA).
O fato de João falar sobre o pecado é apoiado pela afirmação de que o Diabo pecou desde o princípio (3.8); sempre tem sido este o seu comportamento. Mas os crentes não são do Diabo; as suas vidas não são caracterizadas pelo pecado. Levanta-se, assim, a questão: “Quando é que cometer um pecado é praticar o pecado?” A Bíblia não responde a esta questão. Se o fizesse levaríamos a permissividade até aos seus limites máximos. O silêncio da Palavra de Deus serve como um saudável aviso contra todo o pecado.

É possível perfeição sem pecado?

Alguns sinceramente acreditam que é possível um crente atingir o nível onde já não se peca, onde se atingiu a perfeita santificação. Defendem que através de uma experiência de crise com o Espírito Santo, normalmente após a conversão, a natureza pecaminosa é erradicada e que depois dessa ocasião jamais se peca.
Quem defende estes princípios simplesmente não entende o que é o pecado. O pecado é qualquer ato ou palavra que não esteja exatamente de acordo com a perfeição de Deus (Rm 3.23). É insubmissão à lei, ou seja, a determinação de fazer a nossa própria vontade (1 Jo 3.4). Não é apenas fazer o que está errado, mas deixar de fazer o que está certo (Tg 4.17). É fazer qualquer coisa que a nossa consciência condene (Rm 14.23). “O pecado polui a melhor coisa que um crente possa fazer. Mancha o seu arrependimento. Há imundície nas suas lágrimas e descrença na sua fé”. Um homem santificado e muito espiritual disse que mesmo o seu arrependimento precisava ser purificado pelo sangue de Cristo. Outro, percebendo que tudo o que fazia estava manchado pelo pecado, escreveu:
As horas que passamos de joelhos em oração
Quando pensamos que os nossos 
cânticos de louvor vão Te agradar, 
Ó Examinador de corações, inunda-os de perdão.

“O cristão verdadeiro não é aquele que perdeu a capacidade de pecar, mas perdeu sim, o desejo e a vontade de pecar”. Agora ele odeia o pecado; quando peca envergonha-se e é inundado de um sentimento de impureza.
Mas alguém poderá perguntar: “Se um cristão não pode estar sem pecado, porque 1 João 2.1 diz: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis”? A resposta é que o padrão de Deus é sempre a perfeição. Um Deus santo não pode passar por cima de nenhum pecado. Ele nunca poderia dizer, por exemplo: “Pequem o mínimo possível”. Isso seria aprovar o pecado e Deus não poderia fazer isso. Assim o modelo que Ele tem para o Seu povo é a perfeição, mas Ele imediatamente tomou medidas preventivas no caso de falharmos. No mesmo verso pode ler-se: Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”. E, no capítulo anterior, Ele já tinha insistido que os crentes pecavam. Notem:
Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1 Jo 1.8).
Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1.10).
É verdade que há versículos que parecem dizer que um crente pode não pecar. Primeiramente Romanos 6.2 diz que o crente morreu para o pecado, mas refere-se à posição do crente em relação a Deus. Aos olhos de Deus ele morreu com Cristo. O velho homem foi crucificado com Ele. Mas, no verso 11, Paulo diz que devemos nos considerar mortos para o pecado e que essa deve ser a nossa forma de viver diariamente. Então, se o verso 2 significasse que não tínhamos pecado, a exortação do verso 11 seria desnecessária.
Antes de sermos salvos éramos escravos do pecado.
Há mais três versos que falam do crente tendo sido liberto do pecado (Rm 6.7, 18 e 22). Em todos eles o apóstolo usa a ilustração dos escravos e do senhor. Antes de sermos salvos éramos escravos do pecado. Com a morte de Cristo, morremos para o pecado como nosso senhor. Fomos libertos do domínio do pecado, tornando-nos servos da justiça e de Deus.
O Novo Testamento tem passagens que usam palavras como: perfeito, aperfeiçoado e perfeição, que poderiam levar o leitor mais descuidado a inferir isenção de pecado (Mt 5.48; Fp 3.12; Fp 3.15; 2 Tm 3.16-17; Hb 6.1; 9.9; 10.14, 13.20-21; Tg 3.2b; Ap 3.1-2).
Falando de um modo geral, a palavra perfeito significa completo, maduro, adulto. Ao ser aplicada a um crente que ainda viva na Terra, nunca poderá significar ausência de pecado. Hebreus 9.9 fala duma consciência perfeita perante Deus. Hebreus 10.14 refere-se a umaposição perfeita perante Deus.
Em 1 Tessalonicenses 5.23 encontramos outro verso que tem sido usado para ensinar perfeição sem pecado, mas aí Paulo está orando para que a santificação seja extensível a todo o ser do crente – espírito, alma e corpo – para que esteja irrepreensível na Vinda do Senhor.
Depois, também temos os versos bastante perturbadores da Primeira Epístola de João (3.6,9; 5.19). Como já foi explicado, estes versos falam de comportamento habitual, e por isso mesmo encontram-se no tempo presente. A pessoa que nasceu de Deus não pratica o pecado, não vive no pecado. O pecado não caracteriza a sua vida.
Mas devemos levar a sério a doutrina da perfeição sem pecado? Qualquer doutrina que vá contra a Palavra de Deus é um assunto sério. Muitos dos crentes honestos e sinceros, que se esforçaram por viver uma vida de perfeição sem pecado, acabaram desiludidos e, em muitos casos, sofreram de depressão e de esgotamento nervoso. No seu livro “Santidade, O que é Falso e O que é Verdadeiro”, H. A. Ironside nos fala sobre a sua própria fútil busca da santificação completa, o desgaste emocional que sofreu e da paz que inundou a sua vida ao descobrir a verdadeira doutrina da santidade cristã.

Não posso impedir-me de pecar

Não devemos dizer que temos de pecar. A Bíblia nunca afirma isso, e não é verdade. Ao dizermos que temos de pecar, estamos efetivamente duvidando que o Espírito Santo seja poderoso para nos auxiliar a resistir à tentação. Mas Ele tem esse poder. O problema está em nós, não nEle. Pecamos quando não fazemos uso do Seu poder. Pecamos quando queremos.
Dizer que tenho de pecar é negar os fundamentos do Cristianismo, porque o pecado não tem domínio sobre o crente (Rm 6.14); dizer que não posso pecar é enganar-me a mim mesmo (1 Jo 1.8). Dizer que não preciso pecar é afirmar um princípio divino porque a lei do Espírito da vida em Cristo me livrou da lei do pecado (Rm 8.2). Graças sejam dadas a Deus que nos dá a vitória.

Relacionamento e comunhão

Quando um crente peca, não perde a salvação, mas perde a alegria da salvação. A comunhão na família de Deus é interrompida, mas ele não perde o relacionamento com Deus. Através do novo nascimento, torna-se um filho de Deus, e isso nunca será mudado. No entanto, ao pecar, a comunhão com Deus fica interrompida, porque “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 Jo 1.5). O feliz espírito de família continuará interrompido até o pecado ter sido confessado e abandonado (1 Jo 1.9; Pv 28.13).

Há pecados invencíveis?

O crente deve saber que há libertação para todo e qualquer pecado que cometa (1 Co 10.13). Todos nós temos algum pecado que nos atinge, um intruso que nos mantém em seu poder, um hábito que nos derrota. Quantas vezes nos desesperamos em conseguir, alguma vez, a liberdade completa e final! A verdade é que tanto a Palavra de Deus como a experiência humana mostram que não há nada grande demais para Deus, nenhum pecado ultrapassa o Seu poder.

Não um ato mas um processo

A libertação é um processo que passo a passo – não é algo que se consiga instantaneamente. A promessa é: “E a tua força seja como os teus dias” (Dt 33.25 – ACF).
No entanto, é igualmente importante saber que não haverá uma experiência única que nos dê a libertação de uma vez para sempre do poder do pecado que habita em nós. Infelizmente, este fato é muitas vezes negado na Igreja dos nossos dias. Os pregadores oferecem freqüentemente à audiência, um atalho para a santidade. Num emocional “apelo”, encorajam as pessoas a chegar à frente para receber a plenitude, o batismo, a vida de vitória. O povo é iludido ao pensar que tal experiência crítica irá impulsionar alguém, automática e permanentemente, para um nível mais elevado de santidade.
A libertação é um processo que passo a passo – não é algo que se consiga instantaneamente. A promessa é: “E a tua força seja como os teus dias” (Dt 33.25 – ACF). Quando nos dizem “enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18), o significado literal é “enchei-vos continuamente do Espírito”. É uma ação presente e contínua. Nenhuma “experiência de altar” que possamos ter tido na noite anterior poderá nos garantir a libertação para as tentações do dia seguinte.

O pecado voluntário

Muitos crentes sofrem de ansiedade desnecessária por pensarem que teriam cometido o pecado voluntário de Hebreus 10.26-27. Conjecturam que, ao usarem a vontade quando pecamsão culpados do pecado voluntário e estão condenados ao julgamento e ao fogo vingador que irá devorar os adversários de Deus.
Mas não é essa a verdade. É essencial apercebermo-nos que há uma diferença entre osatos de pecado e o pecado voluntário e obstinado de Hebreus 10. O pecado obstinado é a apostasia, e o verso 29 define-o como pisar o Filho de Deus, profanar o sangue do Testamento com que Ele foi santificado, e ultrajar o Espírito da graça. Nenhum crente verdadeiro pode, alguma vez, ser culpado disso! O fato de estar preocupado por pensar que cometeu este pecado é um indicador de que isso não aconteceu. Os que são apóstatas da fé cristã estão tão empedernidos e são tão arrogantes que nem sequer pensam nesse problema. Não temem a Deus ou o Seu castigo.

Ajuda ineficaz para a vitória

Antes de deixarmos a lista das coisas que devemos saber, é útil recordarmos que há certas atitudes e ações que não nos auxiliam na conquista da santidade. O ascetismo não ajuda. Em Colossenses 2.23 Paulo diz que apesar da tortura pessoal e da auto-negação terem a aparência de santidade, não “são de valor algum senão para a satisfação da carne”. Omonasticismo não auxilia. Podemos separar-nos do mundo numa cela de um mosteiro, mas não podemos separar-nos de nós mesmos e da nossa própria natureza. A introspecçãotambém não auxilia, não há vitória em nós mesmos; nos ocuparmos conosco é como lançar uma âncora dentro dum barco. A passividade também não é a resposta. A santidade não sobrevém a quem apenas espera passivamente por ela. Nem sequer sobrevém através de um intenso estudo da tentação.
Quanto mais pensarmos numa tentação, mais provável é que vacilemos. Por fim a vitória não se alcança por se desistir em desesperoIsso é a derrota, e Deus não pode usar crentes derrotados. (William MacDonald - http://www.chamada.com.br)

William MacDonald (7/1/1917 – 25/12/2007) viveu na California–EUA, onde desenvolveu seu ministério. Sua ênfase era de ressaltar com clareza e objetividade os ensinamentos bíblicos para a vida cristã, tanto nas suas pregações como através de mais de oitenta livros que escreveu.

Extraído do livro O Mandamento Esquecido: "Sejam Santos"

Uma vida moldada por Cristo – uma vida em santidade – seria uma utopia? Como posso dar um testemunho cristão digno de crédito?

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REPRODUZIDO DE: CHAMADA.COM.BR

terça-feira, 18 de março de 2014

SANTIDADE AO SENHOR!



Como pronunciar os nomes sagrados?


Hoje muitos cristãos insistem que devemos falar de Deus ou nos dirigir a ele usando algum dos nomes sagrados pelos quais ele se revelou no Antigo Testamento. Enquanto alguns dizem que Deus deve ser chamado de YHWH, o que pode ser fácil de escrever mas é impossível de se pronunciar por não incluir vogais, outros adotam "Yahweh", "Jeová" ou "Javé", que incluem as vogais que se acredita terem existido originalmente em "YHWH", ou usam "o Eterno", "Altíssimo", "el Shadai", "Elohim", "Adonai" etc. Alguns pegam carona na onda hebraica e insistem que se você não chamar Jesus de "Yeshua", "Yashua" ou alguma variante hebraica ele não irá atender ao seu chamado. Existe fundamento nisso tudo?


Para começar, em nenhum lugar do Antigo Testamento Deus ordenou aos israelitas que deveriam dirigir-se a ele usando um dos nomes sagrados com os quais ele é identificado nas Escrituras. Ele se revelou por diferentes nomes em diferentes momentos e segundo o caráter de cada uma de suas variadas atuações para com a Criação, seu povo Israel ou as nações (gentios). Mas nunca deixou uma ordem do tipo: "Vocês me chamarão pelo nome tal". A ênfase na importância do seu Nome no Antigo Testamento não estava na pronúncia, nas letras ou caracteres usados, mas na Pessoa que seus diferentes títulos representavam, aquela à qual eles deviam se dirigir e com cuja autoridade deviam adorar, orar, sacrificar, pregar, sacrificar etc., não muito diferente do modo como agimos quando passamos uma procuração para outra pessoa agir em nosso nome.


Na Bíblia encontramos diversos títulos dados a Deus, como El, Eloá, Elohim, El Shaddai (Todo-Poderoso), Adonai, YHWH, Yahweh, Jeová, Javé, Jeová-Jiré, Jeová-Rafa, Jeová-Nissi, Jeová-Makadesh, Jeová-Shalom, Jeová-Eloim, Jeová-Tsidikenu, Jeová-Rohi, Jeová-Shammah, Jeová-Sabaoth, El Eliom (Altíssimo), El Roi, El-Olam, El-Gibor. Também não faltam títulos para Jesus, que é identificado como Emanuel, Príncipe de Paz, Ungido, Filho de Deus, Filho do Homem, Filho de Davi, Verbo, Cordeiro de Deus, Cristo, Alfa e ômega, Leão de Judá, Senhor do Senhores, Brilhante Estrela da Manhã, Maravilhoso, Deus Forte, Pai da Eternidade etc. Com tantos nomes e títulos fica realmente complicado saber como devemos nos dirigir a Deus.


Se Deus não deu uma ordem expressa quanto ao modo como seu povo de Israel devia chamá-lo (exceto de modo apenas informativo quando se revelou a Moisés como "Eu sou o que sou"), ele certamente ordenou o modo como seria chamado no futuro, quando o seu povo estivesse instalado no reino terrenal: "Mas eu dizia: Como te porei entre os filhos e te darei a terra desejável, a excelente herança dos exércitos das nações? E eu disse: Pai me chamarás e de mim te não desviarás." (Jr 3:19). Por isso Jesus, quando esteve aqui, ensinou a seus discípulos que deveriam chamar a Deus de Pai, pois com sua morte, ressurreição e a descida do Espírito eles entrariam numa relação de parentesco como nunca tinham desfrutado antes.


Meu pai se chamava "Mario", mas eu sempre o chamei de "papai", nunca de "Mario". Minha mãe se chamava "Ruth", mas eu nunca a chamei por este nome, e sim por "mamãe". Você acha que quando eu os chamava de "papai" e "mamãe" eles não me atendiam porque eu não estava dizendo os nomes que traziam na certidão de nascimento? Será que se faziam surdos aos meus pedidos por não terem certeza de que era com eles que eu estava falando? O simples pensar em algo assim é absurdo! Meus pais sabiam muito bem a quem eu estava me dirigindo quando os chamava de "papai" e "mamãe" pois nenhum outro se enquadrava naquela relação (além de minhas irmãs). O garoto do vizinho podia gritar "papai" que meu pai não iria olhar por sobre o muro e dizer "O que você que?", pois sabia que não estava falando com ele, apesar de usar uma palavra idêntica à que eu e minhas irmãs usávamos. Portanto, o que realmente importava não eram os caracteres de seu nome ou a palavra que eu usava para me dirigir ao meu pai, mas a pessoa a quem eu me dirigia e a nossa relação de parentesco.


Em suas orações Jesus nunca se dirigiu a Deus como "Altíssimo", "Eterno", "Jeová" ou "YHWH" (mesmo porque isto seria impronunciável). Apenas uma vez ele dirigiu-se a Deus como "Deus", e isto na cruz, quando foi abandonado ali e julgado em nosso lugar (Sl 22:1; Mt 27:46). Em todas as outras ocasiões ele falou com Deus chamando-o de "Aba" ou "Pai", no mesmo sentido familiar e de proximidade que eu me dirigia a meu pai chamando-o de "papai".


Ao ensinar seus discípulos a orar Jesus lhes disse para chamarem a Deus de"Pai", uma intimidade familiar que era desconhecida no Antigo Testamento. Apesar de os evangelhos representarem um tempo de transição, pois Jesus ainda não tinha sido glorificado e a igreja ainda não havia sido formada, aqueles que pertenciam ao reino dos céus (chamado assim em Mateus) ou reino de Deus (nos outros evangelhos) tinham uma posição mais privilegiada que os israelitas, como vemos o próprio Senhor declarar ao referir-se a João Batista: "E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele." (Lc 7:28).


Mesmo assim a intimidade dos discípulos nos evangelhos estava longe da que eles teriam a partir de Atos 2, quando o Espírito Santo viesse habitar neles. Antes disso as instruções sobre o relacionamento que teriam eram, por assim dizer, introdutórias. Logo após sua ressurreição o Senhor revela toda a relação de intimidade que os seus teriam para com o Pai: "Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus." (Jo 20:17).


Paulo explica o papel do Espírito Santo nesse novo tipo de relacionamento, do qual podemos desfrutar como filhos, e não meros servos ou súditos, como era o caso dos judeus até ali: "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." (Rm 8:14-16).


Considerando esta relação de intimidade com Cristo e familiaridade com Deus que todos os salvos por Cristo desfrutam agora, como membros do corpo de Cristo e da família de Deus, seria um absurdo um cristão querer voltar ao tipo de relacionamento distante que os judeus tinham na Lei mosaica. É disso que Paulo fala em sua epístola aos Gálatas, um caso claro de uma assembleia que estava sendo influenciada por cristãos judaizantes que insistiam em permanecer nas velhas práticas da lei.


"Digo, pois, que todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo; mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai. Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo. Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?" (Gl 4:1-9).


Paulo fala de dois tempos, um em que aqueles que estavam debaixo da Lei mosaica, apesar de terem direitos de filhos, eram ainda como servos, e outro tempo, quando na dispensação da graça de Deus atingiriam um novo status de filhos por plena adoção, sendo considerados filhos e podendo chamar a Deus de Pai. Responda rápido: Se você fosse uma empregada doméstica com quem o patrão decidisse se casar, no dia seguinte ao casamento continuaria o chamando de "seu Benedito" e dizendo às pessoas que ele era seu "patrão"? É claro que não! Você deixaria para trás a relação patrão-empregada do passado e assumiria a relação marido-mulher, passando a chamá-lo de "querido", "meu bem" ou algo do tipo e dizendo às suas amigas: "Aquele é meu marido". Assim também não faz sentido dirigir-se a Deus pelos títulos que ele tinha no passado na sua relação com o seu povo terreno, Israel.


A adoção de que Paulo fala em Gálatas 4 não é a mera guarda ou adoção parcial do filho de outro, mas uma adoção plena, como a que prevê a legislação brasileira. Nela o filho adotivo tem seu passado (nome, pais, avós) substituído pelo presente e uma nova certidão de nascimento é lavrada com seu novo nome e os nomes de seus novos pais e avós. É como se toda a sua árvore genealógica tivesse sido substituída e o juiz às vezes anota no processo que ninguém poderá revelar ou trazer à tona o antigo nome e origem da criança que está sendo adotada. Sei disto porque tenho um filho que adotamos desta forma. Paulo escreve sobre esta adoção aos Efésios, revelando que não era algo decidido de última hora, mas fazia parte de um plano concebido antes da criação do mundo: "E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade." (Ef 1:5).


Em Efésios 2 esta nova relação de parentesco é mostrada em profundidade, pois temos igual proximidade com cada Pessoa da Trindade: "Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto... Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus." (Ef 2:13-19).


Talvez você alegue que em Apocalipse 11:17 os vinte e quatro anciãos não estão se dirigindo a Deus como "Pai", e sim como "Senhor Deus Todo Poderoso". Sim, pois ali o cenário todo é de juízo, e obviamente dirigir-se a Deus como Pai é algo que não cabe na boca daqueles anciãos, que representam os redimidos do Antigo e Novo Testamento de uma maneira ampla. F. B. Hole comenta que é apropriado que ali eles "se dirijam a Deus usando os nomes pelos quais ele se revelou na antiguidade como o Soberano de homens e nações -- como Jeová, Elohim, El Shaddai, o Eterno -- aquele de quem nada ou ninguém pode se colocar antes ou depois, supremo e imutável. Por nós, porém, ele é conhecido como Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Mas este nome de amor e de íntimo parentesco não seria apropriado ali (em Apocalipse), onde os seus atos de juízo estão sendo proclamados. O que temos diante de nós ali é o seu reino em justiça e autoridade, e não a graça salvadora da qual desfrutamos agora" (F. B. Hole).


Outra coisa importante é entender a diferença entre como devemos nos dirigir à Divindade e como devemos falar da Divindade. É óbvio que Deus é "Eterno", "Todo poderoso", "Altíssimo" etc., mas todos estes são títulos que fazem sentido em determinadas situações e passagens das Escrituras, mas que em situações atuais podem ser até impróprios de serem usados por um cristão. Por exemplo, quando em Atos a jovem possessa seguia a Paulo e Silas chamando-os de "servos do Deus Altíssimo" (At 16:17) aquilo poderia parecer muito apropriado para quem não tivesse discernimento, mas o uso da expressão só indicava que a jovem não conhecia a Deus, e nem poderia, pois quem pronunciava aquilo era um demônio. Este jamais iria dizer que eles eram "filhos do Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo", mas podiam muito bem chamar a Deus de "Deus altíssimo" como este era identificado no Antigo Testamento e de quem os demônios também diziam que Jesus era filho nos evangelhos. 


O fato de Deus ser identificado por diferentes títulos no Antigo Testamento não significa que devemos nos dirigir a ele usando desses mesmos título. Jesus também traz diversos títulos, como "Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Is 9:6), mas eu não me dirijo a ele por seus títulos pois não é assim que a Palavra de Deus me ensina a fazer. Posso falar dele (de Jesus) ou a seu respeito usando títulos assim, mas nunca vou falar com ele em oração deste modo. Também posso citar "Jesus", falar "de Jesus", mas ao me dirigir-me a ele nunca o chamo de "Jesus", do mesmo modo como ao dirigir-me a meu pai eu nunca o chamava de "Mario". Meu vizinho o chamava assim por não ter qualquer parentesco, mas não era o meu caso.


"Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele." (1 Co 8:5-6).


Quer dizer que não posso orar dizendo "Jesus, preciso disso e daquilo" ou agradecer dizendo "Obrigado, Jesus, por isso e aquilo"? A menos que você seja um demônio ou não tenha qualquer relação de familiaridade com ele, é melhor orar do modo como somos ensinados na Palavra de Deus chamando-o de "Senhor" ou, quando falarmos com Deus, chamando-o de "Pai". Surpreso por eu mencionar demônios? Então perceba que é assim que eles se dirigiam a Jesus na Bíblia, chamando-o pelo nome "Jesus", e é assim também que fazem as pessoas que não demonstram ter qualquer relação de familiaridade com ele ou talvez ainda não o confessaram como "Senhor" (Rm 10:9), e às vezes fazem rodeios chamando-o de "amigão lá de cima", "chefão" e coisas do tipo.


Em Mateus 8:29, Marcos 1:23-24, Lucas 4:34, Marcos 5:7, Lucas 8:28 você encontra passagens nas quais os demônios se dirigem a Jesus, não por "Senhor", mas por seu nome "Jesus". Você poderá alegar que os leprosos de Lucas 17:13 e o cego de Marcos 10:47 se dirigiram a ele chamando-o por "Jesus", mas isso foi antes de conhecer quem ele realmente era e serem curados por ele. Todos os discípulos o chamavam de "Senhor" quando se dirigiam a ele, e a Deus de "Pai".


Se você não for um demônio e se Jesus não for para você um desconhecido, é melhor chamá-lo de "Senhor" quando falar com ele, ou na oração a Deus chamar a este de "Pai" ou "Pai de nosso Senhor Jesus Cristo", como o próprio Jesus nos ensinou. Ficar repetindo nomes em hebraico pode impressionar quem não conhece a Bíblia, mas só irá demonstrar que você ainda não se apropriou da intimidade familiar à qual fomos introduzidos nesta dispensação. Não queira se fazer diferente dos simples cristãos que não conhecem nem grego, nem hebraico, e mesmo assim chamam a Jesus da forma bíblica "Senhor" e a Deus de "Pai", quando oram a uma das duas Pessoas da Trindade, ou simplesmente "Deus", quando falam do Pai a outras pessoas.


Postado por Mario Persona


Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. 


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EXTRAÍDO DE: WWW.RESPONDI.COM.BR




quarta-feira, 12 de março de 2014

Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram...

Deus Estava em Nosso Barco

Um dos meus locais favoritos em Israel é o Mar da Galiléia. É uma linda experiência fazer um passeio de barco em suas águas calmas e tranqüilas. Embora conheçamos sua reputação de tempestades súbitas e violentas, ainda nos aventuramos.
Ser um seguidor de Cristo não nos imuniza contra problemas. Nossa vida ainda é suscetível a “tempestades súbitas”. Mas nos aventuramos mesmo assim, confiando no Deus que nos promete: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is 43.2).
Como as tempestades no Mar da Galiléia, que vêm furiosamente e sem aviso, três grandes tempestades, todas no período de um ano, abateram-se sobre mim e minha esposa, inesperadamente, vários anos atrás. Mas nós sabíamos que Jesus, o Deus-Homem, acalmou os ventos e as ondas com Sua Palavra. Ele nunca abandonou Seus discípulos em tempos de dificuldade. Portanto, sabíamos que Ele estava conosco, e nos apegamos à promessa:“Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos atemorizeis diante deles, porque o Senhor, vosso Deus, é quem vai convosco; não vos deixará, nem vos desamparará” (Dt 31.6).
A primeira tempestade que sacudiu nosso barco aconteceu quatro anos atrás quando foi diagnosticado que eu estava com um câncer chamado mieloma múltiplo. Não poderia ter acontecido numa época pior. Eu estava totalmente ocupado na produção de um filme evangélico: Rossvally: From the Synagogue to the Savior [Rossvally: Da Sinagoga ao Salvador]. Estava completamente envolvido em escrever, reescrever, ser ator, e fazer tudo o mais que é necessário na produção de um filme. Fui ao médico para meu check-up de rotina e soube que tinha câncer. Como eu estava tão envolvido em meu projeto, não sentia nenhum sintoma. Ficamos em estado de choque. Por que Deus permitiria que isto acontecesse logo agora?
O Senhor nos ajudou a passar pelas provações. As muitas orações do fiel povo de Deus também nos deram uma força adicional para permanecermos firmes: “Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram”.
Durante o longo e intenso tratamento e em meio ao horrível “torpor na mente” causado pelos medicamentos fortíssimos e tóxicos, eu lutava para ler o Livro de Salmos. Havia muitas passagens que me sustentavam. Como fazia o papel de um cirurgião militar no filme, personalizava o Salmo 20.7: “Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor, nosso Deus”. Em meus momentos devocionais, eu via as carruagens e os cavalos como sendo todos os cuidadores da minha saúde e os tratamentos médicos. Embora eles todos fossem excelentes e necessários, eu me apoiava na Palavra que falava do Senhor como sendo minha ajuda maior: “O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra” (Sl 121.2).
Cerca de um mês mais tarde, a segunda onda de aflição se abateu sobre nós. Minha esposa, Janis, subitamente sentiu seu braço direito e sua perna direita ficarem sem firmeza. Descobrimos que dois esporões em seu pescoço estavam pinçando a medula vertebral. Era algo tão sério que o médico achou que a medula iria se romper. Ela chorou ao telefone quando me contou o que estava acontecendo. Nunca me senti tão impotente.
Cinco dias mais tarde, ela estava na mesa de cirurgia. Tudo deu certo, mas durante seis meses Janis teve que usar uma braçadeira especial no pescoço. A despeito de seu desconforto, ela continuava a cuidar de mim. Era a Palavra que lhe dava consolo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30).
Oito meses depois, enquanto eu passava 19 dias no hospital por causa de um difícil tratamento específico, a terceira onda se abateu sobre nós. A doença de Alzheimer havia vencido a querida mãe de Janis. Durante os anos em que ela viveu conosco, vimos gradativamente a doença tomando conta dela. Finalmente, ficou quase que insuportável ver aquela doce senhora se transformar em alguém que era constantemente negativa. Houve momentos em que Janis achou que não era mais capaz de dar conta daquele trabalho.
Entretanto, durante todo aquele tempo, ela se apoiou na voz de Deus através de Sua Palavra: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10).
Finalmente, essas circunstâncias de sofrimento começaram a diminuir. A Palavra de Deus era como o bálsamo de Gileade para nós. Por meio dele, o Senhor nos disse que estava em nosso barco, por assim dizer. As tempestades não iriam nos vencer. O Senhor nos ajudou a passar por elas. As muitas orações do fiel povo de Deus também nos deram uma força adicional para permanecermos firmes: “Fez cessar a tormenta, e as ondas se acalmaram” (Sl 107.29). (Peter Colón - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, outubro de 2012.

Revista mensal que trata de vida cristã, defesa da fé, profecias, acontecimentos mundiais e muito mais. Veja como a Bíblia descreveu no passado o mundo em que vivemos hoje, e o de amanhã também.

EXTRAÍDO DE: CHAMADA