Deus: primeiro princípio e fundamento para o ponto de partida na realidade moral.
Toda pessoa humana percebe a existência de uma força orientadora em seu interior que realmente vos fala através da consciência. Ou seja, há uma lei verdadeira, que nenhum de nós elaborou, mas que nos sentimos obrigados a cumprir. Uma lei que não inventamos e a pela qual devemos obedecer. Uma força que se manifesta dentro de nós mesmo, como uma influência ou uma voz de comando que nos leva a adotar uma determinada conduta. A Palavra de Deus afirma isso quando afirma: "Porei a minha Lei no seu interior e a escreverei em seu coração". (Jeremias 31:33). Os homens são assombrados pela idéia de um padrão de comportamento que se sentem obrigados a pôr em prática. Uma idéia de perfeição. Logo o homem descobre que essa lei não é de natureza subjetiva, ela existe por si mesmo. Ou, seja, o homem vive sob uma lei, que Algo ou Alguém (Deus) quer que o homem se comporte de determinada forma.
Para os humanistas os valores morais são valores subjetivos relativos e subprodutos sócios culturais do processo evolutivo, ou mera expressão de gosto pessoal. Como poderia matéria, composição química e energia, que são as composições biológicas do cérebro, produto do acaso, como afirma os evolucionistas, criar uma natureza complexa e abstrata que se organiza em nosso interior em forma de leis de ética e moral?
Nós cristãos levantamos a questão: A moral só tem um sentido racional na perspectiva da filosofia teológica onde remonta a Deus como primeiro princípio da normatividade.
Como poderia matérias e energias não racionais elaborar valores morais? Ou seja, há um primeiro princípio que é o fundamento para o ponto de partida na realidade moral. Esse primeiro princípio é Deus! Logo a moral está fundada na natureza e caráter de Deus. A base de sustentação da argumentação teológica está na cosmovisão cristã de ser o homem a imagem e semelhança de Deus: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”.(Gêneses 1:26)
Se o homem é a imagem e semelhança de Deus, logo nele há atributos do caráter de Deus como, por exemplo, a moral. Perceba que o conceito de moralidade objetiva perde todo o sentido num universo sem Deus. Se não há Deus, nossa vida não é qualitativamente diferente da de um cão. Como querem os evolucionistas.
Agora pergunto: Se a moral é totalmente subjetivista e relativista como poderemos combater sistemas políticos ou sistemas morais completamente perversos como o nazismo, ou outro tipo de tiranias políticas? Onde é que nós podemos aplicar esse relativismo? Já que a moral é relativa e não existe nenhum critério absoluto para avaliar qual são a moral boa e a regra ruim.
O equívoco está na base da teoria evolucionista onde acreditam os evolucionistas que o homem vem do impessoal. Os evolucionistas vêem o homem como algo que se originou na impessoalidade, da partícula de energia e mais nada.
Se partirmos da origem impessoal, a moral não existe como moral propriamente dita; e a solução para a moral, certamente, acaba encontrando-se na asserção de que não há moral. A partir da origem impessoal tudo, no final das contas, será indiferente no campo da moral. Não há padrão no universo que dê sentido final as palavras como certo e errado.
Se partirmos do impessoal, o universo torna-se totalmente silencioso, em relação a qualquer uma destas palavras. Assim, não resta sentido para a moral porque homem não consegue ser um ponto de referência suficiente para si mesmo.
O ser humano por ter faculdades intelectuais, Deus comunica a sua plenitude ao entendimento da criatura ao lhe dar conhecimento da sua Glória! Ou seja, da sua Lei. Mas se faz necessário saber que o homem, por ser inteligente, tem a capacidade de dar origem a realidades que Deus não determina nem antevê. Ou seja, é o que chamamos de o pensamento autônomo, separado de Deus é como afirma a Palavra de Deus: “Os povos imaginam coisas vãs”. (Salmo 2:1 a)
São essas imaginações de coisas vãs que o Salmo fala. É fruto do pensamento autônomo do ser humano, que nasce a imoralidade, o pecado. Ou seja, Deus colocou em nosso entendimento a sua Lei, (moral objetiva) mas, criamos as nossas próprias leis. (moral subjetiva) para andar na desobediência e relativizarmos a lei de Deus. A Palavra de Deus diz:
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora, opera nos filhos da desobediência, entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também”. ( Efésios 2:1-2). Perceba que o texto é claro. Denuncia que o home vive para si mesmo e é guiados pelos próprios pensamentos e não a vontade de Deus. Quando andamos segundo o nosso pensamento damos origem a “realidade" que Deus não determinou e nem antevê e isso é o que a palavra chama de imaginação de coisas vãs.
A honra denota do que algo que é interno, ou seja, a moral é algo da identidade imaterial da pessoa que o identifica como a imagem e semelhança de Deus. Se Deus não tivesse criado o mundo moral Cristo não teria sentido de morrer na Cruz por nós. É no campo da moral que está a redenção de Cristo em nossas vidas. Sem a moral não haveria pecado e não precisaria Deus fazer o seu Filho passar o que passou na Cruz.
O caráter de Deus é a moral absoluta do universo. A partir Dele é que se tem um sentido, uma plataforma de fundação que oriente o ser humano. Um referencial. A final de contas, a única outra coisa que conhecemos é matéria e ninguém jamais viu um pedaço de matéria dar instruções a alguém.
Raymundo de Carvalho Menezes Neto
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